terça-feira, 8 de junho de 2010

As desigualdades sociais no Brasil

A sociedade capitalista e as classes sociais

Estrutura e estratificação social

Em todos os lugares verificamos a desigualdade social que podemos organizar através de bens simbólicos, pelo que temos de mais ou de menos.
*Por que existem desigualdades? *Quais são as formas de desigualdade existentes?
Vamos nesta unidade refletir sobre as diferentes formas de desigualdade em dife-rentes tempos e lugares no Brasil.

ESTRUTURA SOCIAL é o que define determinada sociedade se constitui da rela-ção de vários fatores: econômicos, políticos, sociais, religiosos, culturais, etc. que dão uma face para cada sociedade.
ESTRATIFICAÇÃO: a maneira como os vários indivíduos e grupos são classifica-dos em estratos (camadas) sociais e o modo como ocorre à mobilidade de um nível para o outro.
Para estudar a estratificação devemos verificar como se organizam as estruturas de apropriação (economia) e dominação (política), influenciados também por outros elementos (religião, escola, etnia, etc.) que influem no processo de hierarquização. Estas semelhanças e diferenças são produzidas pelos diferentes processos históri-cos.

AS SOCIEDADES ORGANIZADAS EM CASTAS
É uma configuração social baseada na hierarquia baseada na religião, etnia, cor, hereditariedade e ocupação, definindo a organização de poder político e a distribui-ção da riqueza gerada pela sociedade. Este sistema sobrevive até hoje na Índia, apesar de politicamente ter sido abolido pelos anos de 1940, culturalmente ele or-ganiza esta sociedade.
• Brâmanes: sacerdotes. Superior a todas as castas.
• Xátrias: guerreiros. Casta intermediária que se encarrega do governo e ad-ministração pública.
• Vaixás: comerciantes, artesãos e camponeses. Estão abaixo dos xátrias.
• Sudras: trabalhos servis. Casta inferior.
• Párias: não pertence a nenhuma casta. Não seguem estas regras.

Características: relações muito estanques; não há mobilidade social: hereditarie-dade e endogamia (casamentos somente entre as castas). Somente podem se ali-mentar com os integrantes de sua casta; as castas inferiores não podem ser toca-das pelas superiores;
É possível que as castas inferiores tenham costumes das superiores e até casa-mentos entre diferentes classes, exceto os brâmanes.
A introdução de costumes acidentais tem modificado politicamente a organização de castas na Índia, que se mantém por ser uma tradição cultural local.

AS SOCIEDADES ORGANIZADAS POR ESTAMENTOS
O sistema feudal se organizou desta maneira. Havia três estados: nobreza, clero e o terceiro estado (comerciantes, industriais, trabalhadores urbanos e camponeses).
Ela não se revela e explica apenas no nível estruturas de poder e apropriação. O que identifica e diferencia um estamento é um conjunto de direitos e deveres, privi-légios e obrigações que são aceitos como naturais e são publicamente reconheci-dos, mantidos e sustentados pelas autoridades oficiais e tribunais. A relação com o poder e a participação na riqueza é questão de direito.
Era possível a mobilidade social, mas muito controlada para não haver diminuição da riqueza.
Relação de reciprocidade: Era obrigação dos camponeses (trabalho) em proteger os senhores feudais, que em troca deixavam estes camponeses viverem nas suas terras. Entre os proprietários de terra havia uma obrigação de manter a segurança nas terras. Prevalecia a desigualdade entre os vários níveis sociais.
Utilizamos hoje o termo estamento para designar determinada categoria ou ativida-de profissional que tem regras muito precisas para que se ingresse nela ou para que o indivíduo se desenvolva nela, com um rígido código de honra e de obediência. Ex. militares, médicos.

POBREZA: CONDIÇÃO DE NASCENÇA, DESGRAÇA, DESTINO...
A pobreza é a condição mais visível de desigualdade em nosso cotidiano. Na idade média: o pobre é um complemento do rico. A condição de nascença definia a po-breza e positivamente ela despertava a caridade e compaixão. Surgem situações compensatórias aonde chegam às expressões: “pobres em virtude” ou “ricos em espiritualidade”. Os ricos tem uma obrigação moral de ajudar os pobres.
Temos várias compreensões de pobreza: A pobreza é uma desgraça causada pela guerra ou adversidades (doenças, deformidades físicas). No século XVI a po-breza é ambígua sendo pobreza de Cristo e perigo para a sociedade, sendo neces-sária disciplina e enquadramento. O Estado herda a função de cuidar dos pobres. Com o crescimento da produção e assim a crescente mão de obra, a pobreza é interpretada como preguiça e indolência dos que não querem trabalhar, para submeter a todos a condição de trabalho industrial. No século XVIII o liberalismo justifica a pobreza; as pessoas são responsáveis pelo seu destino e ninguém tem obrigações para ajudar o pobre.
A partir das teorias econômicas de Malthus, se dizia que toda assistência social aos pobres deve ser repudiada, pois teriam mais filhos, aumentando sua miséria. Recomendava-se a abstinência sexual e casamento tardio.
No século XIX difunde-se a ideia de que o trabalhador é perigoso: poderiam trans-mitir doenças e viviam em condições precárias de higiene, saúde e saneamento e podia rebelar-se contra outras classes questionando a riqueza e poder.

domingo, 23 de maio de 2010

A questão do trabalho no Brasil

O trabalho na sociedade moderna capitalista

Karl Marx e a divisão social do trabalho
A divisão social do trabalho acontece no processo de desenvolvimentos da socie-dade. Para satisfazer nossas necessidades estabelecemos relações de trabalho e a divisão das atividades.
Divisão: trabalho rural (agricultura) e trabalho urbano (comércio e indústria). Quem administra (diretor ou gerente) e quem executa (operário). O trabalho gera divisão de classes.
O proprietário das máquinas precisa de um operador e o trabalhador passa a ser um operário das máquinas que recebe o seu salário.
Relação dois iguais: relação entre o proprietário da mercadoria mediante a compra e venda da força de trabalho. O trabalhador fica subordinado a máquina e ao seu pro-prietário.
Mais valia: o trabalhador é contratado para 8h / o capitalista precisa de apenas 4 ou 5h para ter lucro / as horas restantes está a disposição do capitalista que não paga este excedente / o operário não recebe pelo que produziu /
Acumulação de capital: As horas de trabalho não pagas, acumuladas e reaplicadas no processo produtivo, vão fazer com que o capitalista enriqueça rapidamente, ele se apropria da força do trabalhador.
Se percebendo explorado e miserável, começam as greves e até destruição das má-quinas.

Emile Durkheim e a coesão social
A crescente especialização do trabalho na produção industrial moderna trouxe uma forma superior de solidariedade e não de conflito.
Solidariedade mecânica: cada um sabe fazer todas as coisas que necessita para vi-ver. Existe um conjunto de crenças, tradições e costumes comuns.
Solidariedade orgânica: é fruto da diversidade entre os vários indivíduos e não da identidade nas crenças e ações. União na interdependência das funções sociais e cada um faz a sua parte. Ex. *ônibus: motorista / cobrador / *supermercado: caixa / gerente / empacotador / limpeza / * hospital: médico / enfermeiro / atendente. (cada um desempenha a sua função para a realização de um serviço total que dependem de várias pessoas. A sociedade cria solidariedade e lhe dá coesão.
Se não há solidariedade deve haver falta de regulamentação nas instituições existen-tes.

Fordismo-Taylorismo: uma nova forma de organização do trabalho
A divisão do trabalho mais detalhada e encadeada. A produção para consumo em massa. Estabeleceu jornada de trabalho de 8h por cinco dólares. O que significava ter lazer, suprir necessidades e poder até comprar um Ford. Inicia-se a produção e consumo em larga escala.
Aplicar princípios científicos não organização do trabalho, racionalizando o processo produtivo.
Resultado: aumento de produtividade com o uso adequado possível de horas traba-lhadas / divisão a parcelamento das tarefas / mecanização de parte das atividades (linha de montagem) sistema de recompensas e punições conforme o compor-tamento do operário no interior da fábrica.
Desenvolve-se um sistema de planejamento para controlar a execução das tarefas, criando um grupo de especialista em administração da empresa.
A hierarquia e impessoalidade foram introduzidas. O operário tinha valor secundário pois o essencial eram as tarefas de planejamento e supervisão, causando uma divi-são e trabalho vindo de cima não levando em conta os operários.
Conciliação deste problema com medidas para evitar o conflito e promovendo o equilíbrio e a colaboração no interior da empresa, revalorizando os grupos de refe-rência dos trabalhadores.
Há uma consciência coletiva que determinam normas, regras e disciplina e moral e a ordem estabelecida. As empresas devem definir claramente o lugar das atividades de cada um.
Este longo processo tem o objetivo de transferir para a gerência todo o processo produtivo. O operário tinha de operar a máquina conforme a ordem de seu admi-nistrador. Marx critica dizendo da manipulação do operário pelo especialista e da construção de seguranças para incentivar ao trabalho coletivo para suprir as necessidades do capitalista.

As transformações recentes no mundo do trabalho
Pós fordismo ou acumulação flexível: a busca por mais lucro, foram inventadas novas formas de produtividade no trabalho e no mercado.
1) Flexibilização dos processos de trabalho: automação e eliminação do controle manual. O engenheiro de produção é o mais importante. O trabalha-dor tem de se adaptar a todos os processo de trabalho para se manter
2) Flexibilização dos mercados de trabalho: os empregadores usam as mais variadas formas de trabalho; doméstico, familiar, autônoma, temporária, por hora ou prazo, terceirizada, etc. Causando alta rotatividade, baixo nível de especialização e sem direitos trabalhistas.

A sociedade salarial está no fim?
O trabalho fixo está acabando e as pessoas não ficam muito tempo em um único emprego. Trabalho e previdência (França) não significam segurança.
Aspectos que parecem estar se generalizando:
• Desestabilização dos estáveis: ou velhas demais / ou sem qualificação / ou jovens para se aposentar.
• Precariedade no trabalho: os empregos têm postos de trabalho estáveis.
• Déficit de lugares: não há postos de trabalho para todos.
• Qualificação do emprego: muita exigência não deixa ter experiência ou quali-ficação ficando vagando a procura de emprego.
As pessoas sem empregos ficam a margem da sociedade e sem referências sentin-do-se inúteis.

O trabalho nas diferentes sociedades

Introdução:
Para que existe o trabalho? Quem o inventou? O seu significado é semelhante nas diferentes sociedades?
O trabalho existe para satisfazer as nossas necessidades desde as mais simples até as mais elaboradas. Fomos nós que o inventamos e seu significado é dife-rente em cada cultura.

O trabalho nas diferentes sociedades
A produção de cada objeto necessita uma complexa rede re atividades. Ex. um pãozinho. (trigo; água e sal)
Trigo: agricultor que planta e colhe / moinho / comércio.
Sal: retirar do mar / refinar, embalar.
Água: retirara / tratada / distribuída
Energia: para cozinhar, transformar.
São necessários equipamentos, máquinas, pessoas, etc.
Na ponta está todo aquele que comercializa estes produtos que chegam as nos-sas mãos.
Essa complexidade é uma característica de nossa sociedade, deferente de outras que possuem outras características.

A produção nas sociedades tribais
As sociedades tribais não se organizam a partir do trabalho, mas, de tarefas que são relacionadas às necessidades, ligadas ao parentesco, festas e as artes.
Organização das tarefas por sexo e idade. Muitos acreditavam por preconceito, que estas comunidades eram rudimentares. Mas o mundo civilizado cercou os meios de subsistência: pesca, caça e alimentos da floresta. Estas são as socie-dades de abundância ou lazer, pois possuem tudo para a sua subsistência se de-dicando ao seu lazer e outras atividades. Horas de produção: Ianomâmis: 3 ho-ras. Guaiaki: cinco horas. Kung: 4 horas.
Mas isto não significa que existiam privações. Todos estavam bem nutridos.
Podemos explicar isto pelo relacionamento destes povos com a natureza, dife-rente do nosso, na floresta estão os presentes para a sobrevivência e tudo o que precisam está nela e por isso a preservem, respeitam e protegem.
Não há um mundo do trabalho nestas comunidades, mas uma integração com a natureza.

Escravidão e servidão
Trabalho = tripalium, um instrumento de tortura, ligado durante muito tempo a idéia de atividade penosa e torturante.
Na sociedade grega romana era o escravo que trabalhava para as maiores ne-cessidades, depois apareciam os artesãos e os camponeses.
O trabalho escravo era fundamental para os senhores que apenas discutiam os rumos da cidade.
Labor: o esforço físico voltado para a sobrevivência do corpo, sendo uma ati-vidade passiva e submissa. Ex. Cultivo da terra.
Poiesis: o fazer, o ato de fabricar, de criar algum produto mediante o uso de um instrumento ou mesmo das próprias mãos. O artesão ou escultor.
Práxis: a atividade que tem a palavra com principal instrumento, utilizando o discurso como um meio para encontrar soluções para o bem estar dos cidadãos. O político, a vida pública.
Nas sociedades feudais, e no mundo grego os trabalhadores (os servos, campo-neses e aldeões) e os que viviam do trabalho dos outros (os senhores feudais e membros do clero), dependiam da terra e existia uma dependência dos servos para com seus senhores.
Corveia: o trabalho do servo para a manutenção da propriedade e cultivo das terras.
Talha: taxa paga ao senhor pro tudo o que era produzido na terra.
Banalidades: taxa pelo uso do moinho, do forno, dos tonéis de cerveja, e pelo fato de simplesmente residir na aldeia.
Artesanato: baseado nas corporações de oficio, tendo um mestre que pagava os direitos ao rei ou ao senhor feudal. Depois dele viria o oficial, o intermediário entre o mestre e o aprendiz, que era responsável por ensinar, organizar a jornada de trabalho e fazer a remuneração. O aprendiz estava subordinado ao mestre.
Nestas civilizações o trabalho não era valorizado.

As bases do trabalho na sociedade moderna
Com o fim do período medieval e a emergência do mercantilismo, o trabalho muda de figura e é algo positivo. Como as atividades, antes feitas por escravos, tinham de continuar a serem feitas, o trabalho mudou seu conceito e não é mais algo torturante, mas benéfico e digno. Produtores e artesãos se tornaram assala-riados.
Foram separados: casa e local de trabalho / trabalhador e instrumentos / não fabricava mais sua matéria prima, e tudo passou a ser de comerciantes e indus-triais, que comercializavam, organizavam e coordenavam a produção, definiam o que produzir e em que quantidade. Eles tinham o dinheiro.
Processos de organização do trabalho:
Cooperação simples - * hierarquia de produção: mestre e discípulo * o artesão desenvolvia seu produto, do molde ao acabamento * Estavam a serviço de quem fornecia matéria prima * é o inicio do trabalho coletivo.
Cooperação avançada (manufatura) - * o trabalhador é o artesão, mas seu tra-balho era como uma linha de montagem * o trabalhador coletivo não entende mais seu processo de trabalho e apenas faz a sua parte 8 o trabalho tornou-se mercadoria de compra e venda.
Maquino fatura: o fazer manual substituído pelas máquinas. Na fábrica esta-vam todas as ferramentas de trabalho.
Setores que colaboraram para a mudança de compreensão do trabalho:
1. Igrejas: o trabalho é um bem divino. Não trabalhar é pecado.
2. Governantes: criação de leis e decretos penalizando o não trabalhador que são considerados vagabundos.
3. Empresários: disciplina de entrada e saída.
4. Escolas: eram explicadas as crianças que o trabalho era fundamental para a sociedade. Ex. conto: A cigarra e a formiga.
Na vida real o trabalhador estava livre, não era mais escravo ou servo, mais o seu período de trabalho aumentou ainda mais.

Evolução das horas de trabalho semanal
Inglaterra França
1650-1750 45/55h 50/60h
1750-1850 72/80h 72/80h
1850-1937 58/60h 60/68h

Para que o capitalismo existisse foi necessário libertar o trabalhador que, ficou subordinado ao seu patrão pelo trabalho assalariado.
O que era antes o escravo, com o aumento do tempo de trabalho à que não es-tava acostumado, submeteu-se ao ritmo do trabalho e não mais da natureza. E perdeu-se a noção de manufatura por causa do trabalho em série.
A santa segunda feira: Na Europa é instituída a segunda feira como dia de trabalho de manutenção, para o descanso das longas jornadas de as vezes 12h ou 18h e dos fins de semana onde havia muitas vezes abuso no uso de álcool. Foi o inicio para habituar o operário para o trabalho semanal regular.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O que é sociologia

O QUE É SOCIOLOGIA

Comecemos esta explicação analisando a realidade dos comportamentos. Há comportamentos como andar, dormir, etc. que são individuais e biológicos. Mas há comportamentos como casar, receber salário, fazer greve, etc. que são sociais. Enquanto o comportamento de um animal é puramente biológico, basicamente determinado por reflexos e instintos vinculados a estruturas biológicas hereditárias, o comportamento do homem, além de biológico, é também cultural. O pássaro João-de-barro faz sua casinha do mesmo jeito que fazia há milhares de anos atrás, sempre igual. Um leão do Brasil se comporta como um leão de qualquer lugar do mundo da mesma espécie. Já o homem se comporta de modo diferente de acordo com a sociedade em que ele vive. Enquanto o animal tem apenas a sua natureza, o homem tem a sua natureza e a sua cultura. Mas onde acaba a natureza e começa a cultura? O tema é polêmico e alguns estudiosos afirmam não haver limite rígido entre natureza e cultura. Como é que o homem passa do estado animal para o estado humano, ou seja, como é que ele sai do estado meramente biológico e passa a ser cultura social? Um indicador dessa passagem pode ser o regramento para o ato de comer (cozinhar os alimentos, usar talheres, etc.) e para a sexualidade (há uma tribo indígena onde o homem, antes de se unir a uma mulher, é obrigado a passar por um ritual no qual deve dar um soco num cacho de marimbondo. E se quiser trocar de mulher deve passar pelo ritual novamente. Isso evita abuso por parte do homem. Em nossa sociedade também há regras para a prática do sexo). Outro indicativo pode ser a construção de utensílios de trabalho. Outro pode Ser a criação da linguagem simbólica. Ou o surgimento da religião. Para Karl Marx (filósofo alemão do século XIX) é o trabalho que possibilita a distinção entre o natural e o cultural. Tudo o mais vem depois do início do trabalho, inclusive as relações de produção com. a dominação de um sobre o trabalho de outro.

Somente na sociedade o individuo se toma humano. Ilustra isso' o caso de Amala é Kamaía, Eram duas meninas que foram descobertas em 1921 numa caverna da índia, vivendo entre lobos. Tinham 4 e Sanas. Passaram a ser observadas pelos estudiosos. A mais nova não resistiu. A outra viveu mais 8 anos. Ambas apresentavam hábitos alimentares animalescos. Cheiravam a comida antes de tocá-la, dilacerando os alimentos com os dentes e poucas vezes fazendo uso das mãos. Possuíam aguda sensibilidade auditiva e desenvolvimento do olfato para a carne. Para se locomover apoiavam-se sobre as mãos e os pés. Kama1a levou seis anos para andar ereto. Os animais entendiam-se bem com ela e não se espantavam. Esse e outros casos mostram que o indivíduo criado fora da convivência humana não se torna humano.

A sociologia estuda: A mobilidade social! Os processos de cooperação/ A divisão da sociedade em camadas/ Os conflitos.

As primeiras tentativas de estudo sistemáticas sobre a sociedade humana começaram com Platão em seu livro "República" e Aristóteles em "Política". São de Aristóteles as afirmações "O homem nasce para viver em sociedade" e "O homem é um animal social".

Augusto Comte (1798-1857) é considerado o pai da sociologia.. Foi quem pela primeira vez usou essa palavra. A princípio usou o nome "física social". Para ele os estudos das sociedades deveriam ser feitos com espírito científico e objetividade.

Emile Durkheim (1858-1917) fez com que a sociologia passasse a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolvesse.

A sociologia parte do fato social. Por exemplo, existe um modo de vestir que é comum, que todos seguem. Isso não é estabelecido pelo individuo. Quando ele entrou no grupo, já existia tal norma e quando ele sair, a norma provavelmente permanecerá. A pessoa é obrigada a seguir o costume geral. São características do fato social: a. Generalidade: o fato social é comum aos membros do grupo. b, Exterioridade: o fato social é externo ao indivíduo, independe de sua vontade. c. Coercitividade: o individuo vê-se obrigado a seguir o comportamento estabelecido.

As pessoas, em todo o mundo, vivem em grupo. Isso favorece os sociólogos, uma vez que as conseqüências da vida em grupo são o objeto de estudo da sociologia. O interesse pelos grupos é o que diferencia os sociólogos dos outros cientistas sociais. Entre outras coisas, os sociólogos querem saber: Por que grupos como a família, a tribo ou a nação sobrevivem através dos tempos até mesmo durante as guerras ou revoluções? Por que um soldado deve lutar e enfrentar a morte, quando poderia esconder-se ou fugir? Por que o homem se casa, quando poderia satisfazer seus impulsos sexuais fora do casamento? Que efeitos produzem a vida em grupo sobre o comportamento de cada um?

Várias sociedades são divididas em camadas sociais. Um exemplo de sociedade dividida em castas é a da Índia. Fora e abaixo da pirâmide social da Índia localizam-se os párias, grupos de miseráveis, sem direitos, sem profissão e que só inspiram asco e repugnância às demais castas. Vivem da piedade alheia; não podem banhar-se no rio Ganges, nem ler os livros sagrados chamados vedas. Os párias aceitam com resignação seu lugar na sociedade e se conformam por acreditarem na transmígração da alma. Existem sociedades em que os indivíduos nascem numa camada social mais baixa, mas podem subir. Na Índia isso não pode ocorrer. Não é permitido casamento com pessoa de outra casta.

Instituição comum a muitas sociedades é o Estado. Não se confunda Estado com nação. A nação é um conjunto de pessoas ligadas entre si por vínculos permanentes de idiomas, religião, valores. É anterior ao Estado, podendo existir sem ele. E também um Estado pode compreender várias nações. Há nações sem Estado e há Estados que têm várias nações.

Em qualquer sociedade apenas o Estado tem direito de recorrer à violência, à coação, para obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. O Estado é a instituição social que tem a exclusividade, o monopólio da violência legítima.

Fator comum numa sociedade é a liderança. Há dois tipos de liderança: 1. A liderança institucional, que deriva da posição social ou cargo que ocupa uma pessoa. Por exemplo, numa sociedade como a nossa, um padre católico ou um professor não foi escolhido pela população para essa função, mas admitido pela Igreja ou pelo governo da cidade ou do Estado. 2. A liderança pessoal, que se origina de qualidades_pessoais. Uma pessoa pode exercer influência sobre um grupo sem sua liderança ser

reconhecida oficialmente. Há o líder democrático, que se baseia na partilha de opiniões, e o líder totalitário, que se baseia na submissão de seus seguidores.

Histórico da sociologia como disciplina da grade curricular



A Sociologia já foi uma disciplina presente em todas as escolas, assim como a Matemática e a Língua Portuguesa. Ela surgiu como disciplina obrigat6ria já em 1897, mas só foi realmente introduzida em 1925 com a Reforma Rocha de Vazo A partir de então, a Sociologia não só se tomou obrigatória no Ensino Secundário como também passou a ser cobrada nos vestibulares para o ingresso no Ensino Superior (MORAES, 2003, p.7). Entretanto, durante os momentos de ditadura em nosso país, o ensino de Sociologia sofreu uma série de revezes:



Em 1942, durante a ditadura da era Vargas, também conhecida pelo nome de Estado Novo, ocorreu a Reforma Capanema, que retirou a obrigatoriedade da Sociologia nos cursos secundários. A disciplina foi mantida somente no Curso Normal como Sociologia Geral e Sociologia da Educação;

Em 1961 ela volta como disciplina optativa;



Em 1971, durante a ditadura militar, o ensino de Sociologia sofreu o seu mais duro golpe. Ora era tida como disciplina optativa, mas não bem-vista, pois era associada, indevidamente, ao comunismo, ora era retirada da grade curricular básica e substituída pela disciplina de Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Isso ocorreu com a Reforma Jarbas Passarinho (MORAES, 2003, p.7). Sua postura crítica diante da realidade não era bem-vista naquela época. Com o passar do tempo, muitas pessoas foram então esquecendo a importância da Sociologia para a formação geral de qualquer pessoa.



Entretanto, desde 1882 - por meio de parecer de Rui Barbosa - acreditava-se na importância da disciplina, assim como hoje se reconhece que ela é matéria importante tanto para quem fará Medicina, Direito ou Engenharia, como também para faxineiros, pedreiros, advogados, garçons, químicos, físicos, artistas, enfim, para todos aqueles que necessitam entender e se situar na sociedade em que vivem. Por ter sido deixada de lado no período militar, vários dos pais dos alunos também não devem conhecer a disciplina, pois muitos nasceram durante esse período ou até após o regime.

.É importante frisar que a Sociologia já esteve no currículo do Ensino Médio, mas foi retirada por razões ideológicas e políticas.

Ela volta pelo esforço de muitos que reconhecem a importância da construção de um olhar critico para a realidade como base na formação de qualquer cidadão e do papel que a Sociologia pode desempenhar nesse sentido.



E é fácil defini-la? Será que podemos definir, hoje, em uma frase, o que é Sociologia? Não, pois ela é fruto de um longo processo histórico.



Também é importante destacar que as aulas de Sociologia dialogarão muito com outras disciplinas, como História, Geografia e Filosofia, mas que o principal diálogo se dará com a Antropologia e a Ciência Política. Essas ciências nos ajudarão a lançar um olhar sociológico sobre a realidade,pois, juntas formam as Ciências Sociais.

l..Diferencie comportamento biológico de comportamento social, dando exemplos.

2. De acordo com o texto, diferencie o comportamento animal do comportamento do ser humano dando exemplos.

3. Qual é a diferença entre natureza e cultura? Dê exemplos.

4. Conforme o texto, quais os cinco indicadores da passagem do estado natural para o estado cultural?

5. Qual o exemplo dado no texto de uma tribo para regramento da sexualidade?

6. Para Karl Marx ° que faz a distinção entre o natural e o cultural?

7. Descreva ocaso das meninas-lobo. O que ele demonstra?

8. O que a sociologia estuda?

9. Fale sobre os filósofos citados neste texto em relação à sociologia.

10.Quais as características do fato social? Explique-as.

11.Conforme o texto, quais as indagações dos sociólogos?

12. O que diz: o texto sobre a divisão em castas na índia? O que ele fala sobre os párias'?-

13.O que fala o texto sobre Estado e sobre nação?

14.Conforme o texto, quais os dois tipos de liderança? Descreva-os

15.Faça um resumo do histórico da sociologia como disciplina da grade curricular.

16.O que diz o texto sobre cada uma das ciências sociais?

domingo, 4 de abril de 2010

Individuo e sociedade. Que tal discutir essa relação?

karl Marx, os indivíduos e as classes sociais. Emile Durkhein, as instituições e o indivíduo. Max Weber, o indivíduo e a ação social. Norbert Elias e Pierre Bourdieu: a sociedade dos indivíduos.

O processo de socialização

O que nos é comum. As diferenças no processo de socialização. Tudo começa na família.
O processo de socialização
• Sociedade e individuo se relacionam e influenciam;
• Socialização: processo pelo qual os indivíduos formam a sociedade e são formados por ela; Ex.: nossa rede de relacionamentos.
• Ao ser inserido na sociedade, o individuo vai sendo construído dentro de diferentes grupos e instituições percebendo diferentes experiências.

O que nos é comum
• Nós chegamos num mundo “estranho” que vamos reconhecendo pelo nosso corpo (sensações) – somos um ser genérico;
• Desenvolvemos habilidades de perceber o mundo fora de nós: coisas, pessoas, parentes, amigos, famílias diferentes; o que pode e não pode fazer (normas e costumes); a existência de dias e momentos; outros lugares: trabalho, igreja, escola, etc. Pobres e ricos, Cidades grandes e pequenas; cidade e rural; bairro, cidade, Estado, país, planeta. Universo; (conhecer o mundo ao seu redor para ir se socializando)

As diferenças no processo de socialização
• Olhar as diferenças
• Cada época histórica tem seus veículos de socialização: MCS / rural e urbano / telefone / relacionamentos / etc.
• Por que grandes transformações? - Avanços na tecnologia / produção industrial / consumo e crescimento da população / alterações econômicas trouxeram desigualdade social / fome e guerra /

Tudo começa na família
• Socialização formal: escola, igrejas / socialização informal: família e vizinhança / amigos e MCS;
• Família: o inicio de tudo. Relações / compreensão / refugio / conflitos / regras de convivência / diferença e diversidade.
• Espaços públicos: cotidiano fora da família onde aprendemos o “fora de casa”
• Agentes de socialização: MCS / cinema / jornais / revistas / internet / telefone / etc.

O indivíduo, sua história e a sociedade

Nossas escolhas, seus limites e repercussões. Das questões individuais às questões sociais.
Cap. 1 - O individuo, sua história e a sociedade (resumo)
• A noção de individuo ganha força na época moderna;
• A força da pessoa estava no seu grupo (família, Estado, clã. Etc.) e não no individuo;
• Sec. XVI (reforma protestante) o ser humano individual, tem “poder”; é criada a imagem e semelhança de Deus e não precisa intermediário;
• Capitalismo e liberalismo: a felicidade humana é o centro das atenções. Importa o fato de a pessoa ser proprietária de bens, de dinheiro: uma visão capitalista.
• Socialização: tornar-se parte da sociedade. Família / escola / meios de comunicação / bairro / igreja / clube. Nossas relações cotidianas;

Nossas escolhas, seus limites e repercussões
• Nascemos dentro de regras estabelecidas pela sociedade;
• Pertencemos a um grupo, pois vivemos juntos em determinadas situações;
• Individual: o que é de cada um / comum: compartilhado por todos. (não estão separados. As diversas circunstâncias criam os indivíduos)
• Biografia e vida privada: a vida de um individuo está condicionada por decisões e escolhas fora de seu alcance. Ex. leis (outros fazem, com que intenções?); voto (outros escolhem candidatos para mi ou para o partido?)
• As decisões individuais existem e alguns se destacam, mas todos dependem dos outros.
• “A sociedade não é um baile a fantasia, onde mudamos a todo o momento máscaras e roupas”. Estamos presos a relações.

Das questões individuais às questões sociais
• Questões sociais: aquelas que vão além de nosso dia-a-dia como indivíduo, independem de nossa vida privada e está ligada a estrutura de uma sociedade. Ex. desemprego.
• Desemprego: em parte social (estrutura econômica e política) em parte individual (habilidades e potencialidades de cada um)
• Fatos históricos independentes nos atingem como sociedade: crise de 1929 / Crise do petróleo em 1973 / 11 de setembro de 2001.
• Estes fatos prejudicaram os indivíduos e não apenas a sociedade. È possível separar?

A sociedade dos indivíduos

O estudo da Sociologia

Por que estudar a sociedade em que vivemos? Não basta vivê-la?
A sociologia tem como objetivo compreender e explicar as permanências e as transformações que ocorrem nas sociedades humanas e até indicar algumas pistas sobre os rumos destas mudanças.
Os seres humanos buscam nutrir suas necessidades básicas produzindo não só: alimentos, abrigo e vestuário, mas também normas, valores, costumes, propriedades, desigualdades, conflitos, artes e explicações sobre a vida e sobre o mundo. Viver em sociedade é participar desta pro-dução.

Qual o campo específico da sociologia?
Ela quer responder as principais perguntas sobre a sociedade, nos fornecendo conceitos e outras ferramentas para analisar as questões sociais e individuais de um modo mais sistemático e consistente, indo além do senso comum. A sociologia crítica incomoda, pois revela aspectos da sociedade que certos grupos preferem ocultar.
A principal preocupação da sociologia é formar indivíduos autônomos que se transformem em pensadores independentes que analisam a sociedade no cotidiano, preparando-o para que possa fazer suas próprias perguntas alcançando o conhecimento preciso de sua sociedade, estabelecendo as relações entre as vivências cotidianas e suas relações mais amplas.
Seu objetivo é fazer com que as pessoas possam ver e analisar o bosque e as árvores ao mesmo tempo.

A produção social do conhecimento
Todo conhecimento se desenvolve socialmente. As situações históricas de cada tempo produzem as pessoas e seus grupos na sociedade.
Devemos tentar entender como os grupos se organizam para assim, entender como são criadas as instituições sociais, políticas e econômicas que permitem certa estabilidade social.
O “status quo” quer manter a sociedade como ela está. Estes são os que detêm o poder. Mas outros grupos querem mudar a situação existente, pois pensam na sociedade como uma oportunidade, destacando os seus problemas e as possibilidades de mudança. Estes são os subalternos, que lutam para mudar a sociedade.
A sociologia nasceu da necessidade de explicar e entender as transformações que ocorreram no mundo entre os séculos XVIII e XIX, em meio ao desenvolvimento da sociedade capitalista. A mudança de produção, do campo para a cidade, desencadeou grandes transformações no modo de vida dos diferentes grupos sociais.
Ela se iniciou principalmente nos Estados unidos, França e Alemanha, para tornar-se disciplina conhecida mundialmente para ter a função de analisar a sociedade. No Brasil a sociologia está presente nas pesquisas e seus institutos nacionais, em órgãos públicos e privados.